Começo de milênio agitado para nós professores.
AEOL levantou o que se destacou nesta primeira década do século XXI na arte e na arte/educação:
Karlheinz Stockhausen afirmou que a queda das Torres Gêmeas foi a maior obra de arte de todos os tempos.
Praça Roosevelt revigorou o circuito teatral paulistano.
A vinda do Theatre du Soleil ao Brasil foi marcante.
A encenação BR-3 pelo Teatro da Vertigem no rio Tietê consolidou a pesquisa do grupo sobre espaços para o teatro tornando-o referência internacional.
A montagem de "Os Sertões" pelo Teatro Oficina/Zé Celso Martinez Corrêa já nasceu histórica. Cinco peças, antropofagia sem fim.
“Estetização da Violência”, “Cosmética da Fome” e “Cine Favela” predominaram no cinema nacional.
Filmes em 3D foram a resposta das megaprodutoras cinematográficas para a pirataria.
Blu-ray, televisores de plasma/LCD/LED e TV digital trouxeram alta definição para as imagens.
Gravações da Osesp se destacaram na música erudita.
Downloads de músicas forçaram artistas e indústria fonográfica a buscar novos caminhos.
O uso do telefone celular para produzir e veicular vídeos, músicas, fotografias e games emergiu.
Photoshop e manipulação digital de imagens provocaram debates entre governantes.
Computadores portáteis e tablets apresentaram novas possibilidades comunicativas, artísticas e educativas.
E-books questionaram a supremacia dos livros em papel.
Internet 2.0 e redes sociais potencializaram a arte em novas mídias e ampliaram o acesso ao conhecimento.
Flash Mobs se espalharam e se desgastaram com a mesma intensidade.
A onda de artistas anônimos creceu no decorrer da década.
A denominação “Campo Expandido da Arte” ampliou a percepção do fenômeno artístico.
"Cultura Visual" aproximou a cultura de massa do Ensino das Artes.
"Arte, Ecologia e Ambiente" se estabeleceu no debate contemporâneo.
Os limites entre as linguagens artísticas continuaram a ser transpostos e o termo interlinguagens entrou em debate.
Pluralismo teórico e hibridismos se destacaram na criação artística.
Paradas Gays proliferaram pelo Brasil.
Exposições blockbuster assolaram São Paulo.
Uso do circuito artístico por mecenato criminoso veio à tona.
Pontos de Cultura foram implantados pelo Ministério da Cultura.
Virada Cultural arrastou multidões para as ruas de São Paulo.
Antonio Bandeira se tornou o pintor mais caro comercializado no Brasil.
Street art conquistou ainda mais visibilidade.
A Unesco realizou dois Congressos Mundiais (um no Ocidente e outro no Oriente), lançou e implementou o Road Map for Art Education.
Ana Mae Barbosa recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico.
A exposição Ciranda das Formas: Bichos, Jogos, Brinquedos e Brincadeiras com curadoria de Maria Angela Francoio no MAC/USP rompeu limites entre curadoria e programa educativo.
"Curador educativo" é termo que vem sendo adotado no Brasil. Muito usado nos Estados Unidos na década de 90, já foi considerado pedantismo.
O nome da disciplina Educação Artística foi substituído por Artes.
Professores de Artes passaram a se denominar arte-educadores.
MEC aprovou as diretrizes curriculares para graduação em Artes Visuais.
Educação a distância se proliferou.
Transculturalidade e Interculturalidade ampliaram o debate sobre multiculturalismo.
O conhecimento contextualizado combateu a alienação em arte.
O debate sobre mediação se ampliou nos meios universitários, escolares e culturais.
Aumentou o número de pesquisadores em arte-educação no Brasil.
ONGs se destacaram (algumas para o bem, outras não) no ensino não-formal das Artes.
Respeito às necessidades e anseios das comunidades passou a pontuar projetos socioculturais.
Surgimento do Design Thinking como estratégia para a Educação Criadora comprometida com o social.
A obrigatoriedade do ensino das Culturas Africanas e Indígenas nas aulas de Artes e História foi implantada e ampliada para ensino de Expressões Regionais.
Formação continuada de professores se proliferou.
Caminhou a passos lentos a valorização profissional e social do professorado no Brasil.
Museus e instituições culturais fortaleceram programas educativos e cursos para professores.
O Brasil passou a ter mais museus do que salas de cinema.
O termo releitura - banalizado no decorrer de 1990 - foi reavaliado pelo professorado e por pesquisadores em arte/educação, constatações recentemente publicadas no livro "Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas Visuais".
José Minerini com a colaboração de Camila Lia e Auber Bettinelli
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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