21 março 2018

ROCK SPOTS: O TERÇO


É, caros amigos, nem só de Europa e de Tio Sam vive o Rock Progressivo.
Yes, nós temos Prog!
Para representar essa vertente verde e amarela do nosso Rock and Roll, escolhi uma banda que me conquistou desde a primeira audição, com uma pegada forte e marcas bem nacionais: O Terço!


A formação clássica de “O Terço” em 1974: 
Flavio Venturini, Luiz Moreno, Sergio Hinds e Sergio Magrão.
Foto: murodoclassicrock4.blogspot.com.br


O início

O Terço teve início em 1968, no Rio de Janeiro com Jorge Amiden na guitarra, Sergio Hinds no baixo e Vinícius Cantuária, na bateria. Nessa fase embrionária, influências do Rock da década de 1950, Folk Rock, música erudita e hard rock inglês já eram notadas em seus primeiros discos e até chegaram a defender algumas canções em edições do FIC (Festival Internacional da Canção), com a música “Tributo ao Sorriso”, por exemplo.




Em 1972, Jorge Amiden sai da banda e a nova formação passa a contar com Sergio Hinds nas guitarras, Cezar de Mercês no baixo e Vinícius Cantuária na bateria. Nessa época, gravam o disco “O Terço”, se aproximando bastante do Rock Progressivo que se fazia na Inglaterra (ouça abaixo “Amanhecer Total”). Após esse álbum, Vinícius Cantuária e Cezar de Mercês deixariam a banda e uma nova fase estava por começar.




Discoteca básica do Rock Brazuca

Em 1975, o Terço era: Sergio Hinds (guitarras), Sergio Magrão (baixo), Luiz Moreno (bateria) e ninguém menos que Flavio Venturini (teclados), inaugurando aquela que seria a melhor fase da banda.
O terceiro disco do Terço, “Criaturas da Noite”, foi lançado em 1975, com capa de Antonio e André Peticov e canções com arranjos orquestrais de Rogerio Duprat (considerado por eles, o “George Martin” da banda), Rock Progressivo e principalmente Rock Rural, com uma temática voltada para o campo, ora psicodélica, ora mais pé no chão. Faixas instrumentais também completam o disco, como a suíte “1974” e “Ponto Final”. 


Capa do disco “Criaturas da Noite” / Foto: osomdovinil.org




No ano de 1976, chegava às lojas o disco “Casa Encantada”, seguindo o estilo do anterior, porém mais folk, mais rural e progressivo. Faixas lindíssimas, como “Sentinela do Abismo”, “Pássaro” e “Casa Encantada” dão vontade de entrar no carro e pegar a primeira estrada para qualquer lugar fora da cidade. Isso sem falar nas faixas “Solaris” e “Guitarras”, com um selo de alta qualidade sem dever nada para as grandes bandas de Prog inglesas. Nesse álbum, O Terço teve contribuições de Rogerio Duprat nos arranjos de cordas e Sá e Guarabyra, Marcio Borges, Cezar de Mercês nas composições. Esses dois álbuns, Criaturas da Noite e Casa Encantada, são considerados discoteca básica para qualquer um que aprecie MPB e Rock and Roll, verdadeiras obras-primas da nossa música brasileira.


Capa do disco “Casa Encantada” / Foto: progbrasil.com.br




O Terço continuou seguindo sua estrada, e em 1978 lançaram “Mudança de Tempo”, um disco mais voltado para a MPB (ouça “Gente do Interior”) e ao mesmo tempo, mais diversificado, ainda com influências de Prog Rock e Blues.
Esse foi o quinto disco da banda, já sem o tecladista Flavio Venturini que posteriormente iria formar junto com Sergio Magrão, o maravilhoso 14 BIS... Mas esse papo fica para um outro café!


A viagem continua

O Terço viria a lançar outros discos, com novos músicos, outras formações, e está vivo até hoje em sua formação original, exceto pelo baterista Luiz Moreno que nos deixou em 2002. 
Em 2005, a banda decide retornar e grava um disco e um DVD ao vivo no Canecão - RJ, pela Som Livre, com o grande baterista Sergio Mello e participações de Irinéa Ribeiro, esposa de Luiz Moreno e Marcus Vianna, no violino.
O trabalho mais recente da banda se chama “O Terço 3D”, um revival de seus clássicos, lançado em 2015, com o baterista Fred Barley, também em DVD com tecnologia 3D. 


O Terço hoje: Sergio Hinds, Fred Barley, Cezar de Mercês, 
Sergio Magrão e Flavio Venturini / Foto: jornalcasadagente.blogspot.com


A banda é referência nesse estilo de Rock tanto aqui, como lá fora e segue com shows esporádicos em algumas casas de show e SESCs pelo Brasil. 
Quando souber de um show desses, não perca!


Curiosidades:

O disco “Casa Encantada”, leva esse nome por ter em sua maioria, composições criadas em uma fazenda de São Paulo, onde o grupo morou por um tempo.
O Terço foi a banda que tocou em várias faixas do excelente disco “Vento Sul” de Marcos Valle (1972), e no disco “Nunca” de Sá e Guarabyra (1974).
Em 1971, Jorge Amiden idealiza uma guitarra de três braços (tritarra), a qual lhe possibilitaria extrair novos timbres sem a necessidade de se trocar de instrumento durante as apresentações. 
Em 1977, O Terço e Os Mutantes realizam um tributo aos Beatles, com shows em conjunto no Rio de Janeiro e São Paulo.

Carlos Bermudes, especial para o AEOL

20 março 2018

SAIU O CARTAZ DA 33ª BIENAL DE SP

Já viu?

Reproduzido de http://bienal.org.br/post.php?i=4963

Foi concebido por Raul Loureiro a partir da obra "Formas expressivas", feita por Hans Arp em 1932 e pertencente ao Museu de Arte Contemporânea da USP.

02 março 2018

EXPOSIÇÃO DE JOSELY CARVALHO NO MAC/USP

"Diário de cheiros - Teto de vidro" é o título da nova exposição de Josely Carvalho em SP.

Abertura amanhã. Vamos? A administradora e produtora do AEP Edna Onodera colaborou com a montagem, que conta com instalações olfativas.


Vemo-nos lá!