13 novembro 2017

ROCK SPOTS: "THE DARK SIDE OF THE MOON" OU "ALÉM DO POLENGHI"

Os cinco primeiros anos da década de 1970 foram marcados por discos icônicos de Rock, Pop e Folk, tanto na Inglaterra como nos EUA, berços de bandas fundamentais em todas as vertentes do Rock and Roll.

Março de 1973: The Dark Side of the Moon (TDSotM) era lançado.

O ápice da banda inglesa Pink Floyd, formada em 1965, veio com o álbum “The Dark Side of the Moon”, lançado em março de 1973. Os caras já vinham de discos bons, tanto na década de 1960 em sua fase mais psicodélica, como na entrada dos anos 1970, com Atom Heart Mother e Meedle. Mas nada perto do brilho, qualidade e profundidade de TDSotM. Desde 1971, a banda já trazia em suas turnês, números instrumentais que se tornariam o disco retratado aqui.

“TDSotM era uma expressão de empatia política, filosófica,
humanitária que estava louca para sair”.
Roger Waters

Waters reflete sobre a existência humana e escreve sobre temas ainda relevantes hoje em dia, como cobiça, morte, vida, dinheiro, pressão, rotina, loucura, tempo, dor, e é nessa vibe que nasce um dos primeiros discos conceituais do Rock (Progressivo).

Além do teor altamente reflexivo das letras de Waters, o álbum é fruto de um verdadeiro trabalho em equipe, reunindo o melhor de cada músico em técnica, criatividade e capacidade artística. Um trabalho minucioso feito sem a tecnologia que vemos hoje, manualmente, sem automações ou efeitos digitais, quase artesanal que também contou com a habilidade dos Engenheiros de som Alan Parsons e Chris Thomas, sem deixar de fora a capa emblemática criada pelo estúdio Hipgnosis, de Storm Thorgerson (autor de tantas outras capas clássicas do Rock).

Capa do álbum "The Dark Side of the Moon", design de Storm Thorgerson/Estúdio Hipgnosis
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Dark_Side_of_the_Moon#/media/File:Dark_Side_of_the_Moon.png 

Loops, efeitos sonoros, experimentos eletrônicos, sintetizadores, sequenciadores, relógios, gravadores multi-track, maravilhosos vocais femininos, além da tríade guitarra, baixo e bateria, trazem à tona faixas instrumentais, futuristas, espaciais, pesadas, etéreas, leves, progressivas.

Coloque seus fones de ouvido, deite e ouça “The great gig in the sky” e deixe-a levar seus pensamentos para algum lugar fora do chão, ou reserve 45 minutos do seu tempo para uma experiência completa, dramática, mágica. Entre e saia do outro lado do prisma.




TDSotM fala sobre pessoas e toca em nossos conflitos, valores, impasses, dubiedades e deixa no ar, sob as palavras de Waters, a questão: “A raça humana é capaz de ser humana?”

Números e curiosidades:
- O álbum vendeu mais de 40 milhões de cópias ao redor do mundo, um dos mais vendidos até hoje;
- Quase 600 semanas na lista dos mais vendidos da Billboard e mais de 700 semanas entre os 200 discos mais vendidos do mundo;
- Ainda hoje, vende mais de 250 mil exemplares a cada ano.
- Assista “Zabriskie Point”, de Michelangelo Antonioni (1970), trilha sonora de Pink Floyd, e ouça o embrião de “Us and Them” feita para uma sequência caótica e violenta do filme;
- Foram apresentadas à banda várias versões para a capa e ao baterem os olhos no “Prisma”, esta foi eleita por unanimidade;
- Clare Torry, voz de “The great gig in the sky”, foi gravada em um só take e ao acabar de cantá-la, pediu desculpas, pois achou que não tinha ficado muito bom;
- Ouça TDotM, junto com “O Mágico de Oz”. Embora este mito seja negado pela banda, há uma incrível sincronia das letras e áudio visual entre as duas obras;
- As vozes em off que permeiam todo o disco foram tiradas de perguntas criadas por Roger Waters e entregues em pedaços de papel a várias pessoas que andavam pelo estúdio, artistas, empregados. Perguntas como “Qual a última vez que você foi violento?” eram respondidas, gravadas e posteriormente inseridas em determinados trechos do disco. No final, a voz que se ouve é de Gerry O’Driscoll, zelador dos estúdios de Abbey Road, respondendo à pergunta: "What is 'the dark side of the moon'?" com: "There is no dark side of the moon, really. Matter of fact, it's all dark. The only thing that makes it look light is the sun."

Bibliografia:
HARRIS, John. The Dark Side of the Moon: os bastidores da obra-prima do Pink Floyd. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
The Dark Side of the Moon (DVD). São Paulo:  ST2 video; Eagle Rock Entertainment, 2002.

O disco (todas as faixas):


Dark Side Of The Rainbow:


Zabriskie Point, o filme (legendas em espanhol):


Carlos Bermudes, especial para  AEOL

P.S.: Não entendeu porgue polenghi está no título desse post? Clique aqui.

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