A vida sexual de um deficiente físico é o fio condutor da peça "Um homem comum" (1HC), que vem sendo encenada em vários palcos de São Paulo desde 2016 e atualmente está em cartaz no Teatro UMC.
Divulgação
Com dramaturgia de Edgar Jacques, a peça trata das pulsões sexuais de Fábio, um jovem universitário cego que mora com sua mãe.
Além de escrever "Um homem comum", Edgar interpreta Fábio que, assim como a personagem criada e interpretada por ele, é cego. Sheila Donio vive sua mãe e Vini Hideki o amigo da faculdade.
Da esquerda para a direita: Vini Hideki, Edgar Jacques e Sheila Donio
Fotografia: Juliana Dantas
A cenografia é composta por um painel de tomografias que divide o palco entre o quarto de Fábio e a área social de sua casa, tensionada pela iluminação.
Os diretores André Luis e Rick Conte lançam mão em vários momentos da derrubada da quarta parede ao modo brechtiano em cenas de plateia com o amigo universitário e no epílogo de Fábio, cuja crueza nada agradável sobre deficiência, família, amigos, sociedade, desejos e afins é ao menos desconcertante.
Destaques para a cena de reconhecimento do corpo no outro e da 'pietá' jurando ao filho viver eternamente.
Humanizador, "Um homem comum" aborda questões delicadas sobre a vida com deficiência e é justamente por isso que deve ser visto. Preços, dias e horários estão disponíveis aqui (fácil estacionamento e acesso pela estação Leopoldina da CPTM).
Vamos? A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo deveria apoiar essa peça.
ATENÇÃO: A seção de 19 de janeiro terá audiodescrição e libras. Se você não é deficiente e tem interesse em assistir a uma peça de teatro com os olhos vendados eis a oportunidade.
I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L
José Minerini
2 comentários:
Boa tarde!
Tive a oportunidade assistir esse espetáculo duas vezes, e em ambas pude perceber a veracidade do trabalho feito pelos atores, a emoção da conquista ao público com as diversas ações acontecidas no enredo cênico. É um espetáculo excelente, com uma ótima direção e ótimo trabalho cênico de todos os atores. O Fato de abordarem um assunto peculiar aguça a curiosidade de nós espectadores. E saber ao final do espetáculo que o ator efetivamente é cego e ele é o autor da trama, faz com que nós o público seja surpreendido e saia refletindo.
Felipe, obrigado pelo comentário! Concordo contigo. Ternos abraços,
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