Enquanto no Brasil
estamos lutando contra a extinção das Artes no currículo e a possibilidade de
fechamento das Fábricas de Cultura de São Paulo, no México visitei um projeto
de formação de professores de Arte e de Arte para o povo, surpreendente pela
excelência.
Trata-se do La Nana-
Fábrica de Criação e Inovação criado em 2009 por Lucina Jimenez que desistiu de
uma posição de poder como diretora da Universidade das Artes para criar uma ONG,
a ConArte e assim dar início ao seu sonho de fazer crianças e comunidades se
apaixonarem pelas Artes. Fui recebida no La Nana por Marcela Correa-coordenadora
acadêmica e Mari Cruz Jimenez- coordenadora de Difusão. Na entrada do lindo
edifício dos inícios do século XX que abrigava a primeira subestação de energia
para os bondes havia uma faixa dizendo ”Bem-vinda Ana Mae”.
Lucina estava na Colômbia. Conheci-a uns seis anos atrás através da OEI. Estou convencida de que há poucas pessoas que reúnem tão bem solidez teórica, consciência social e energia para a ação. No momento da minha visita um conjunto musical de jovens adultos estava ensaiando durante a semana eles tem aulas individuais de instrumentos.
Faixa de recepção para Ana Mae Barbosa
Acervo: Ana Mae Barbosa
Francisco - motorista, Marcela Correa - coordenadora acadêmica, Ana Mae, García - coordenadora técnica do programa e Mari Cruz Jimenez - coordenadora de difusão.
Acervo: Ana Mae Barbosa
Lucina estava na Colômbia. Conheci-a uns seis anos atrás através da OEI. Estou convencida de que há poucas pessoas que reúnem tão bem solidez teórica, consciência social e energia para a ação. No momento da minha visita um conjunto musical de jovens adultos estava ensaiando durante a semana eles tem aulas individuais de instrumentos.
O La Nana atende ao
bairro e tem projetos de Arte em onze escolas públicas em convenio com a
Secretaria de Educação. Atendem mais ou menos 2.000 crianças nas escolas e 1000
pessoas individualmente por ano. Já
formou 24.000 diretores de coros no país.
Entrada do La Nana
Acervo: Ana Mae Barbosa
Para os professores são
dados cursos gratuitos no verão de canto, estratégias artísticas e atualização.
Também dão cursos de
formação de professores em cidades do interior.
Para os artistas que querem ensinar há cursos
de dança, música, foto, vídeo. Classes de salsa e dança de salão são dadas à
tarde na terça-feira para a comunidade do entorno que é muito pobre. Também há
cursos pagos como o de hip-hop em torno de 20 dólares por mês. Para os vizinhos
se faz 50% de desconto.
Há uma sala
intercultural com textos e livros de leitura em várias línguas. Fazem leituras
de poemas num mercado próximo e de textos escolhidos pelos próprios
trabalhadores do mercado.
Conseguem ótima
comunicação com os meios. Há três programas de TV que cobrem o que fazem. É o jornalismo colaborativo que desapareceu
no Brasil. Ao me despedir perguntei aquelas mulheres guerreiras que objetivos o
La Nana já atingiu. García, coordenadora
técnica do programa respondeu: criar uma nova geração valorizada pelos pais e
pela sociedade.
Marcela Correa - coordenadora acadêmica e Mari Cruz Jimenez - coordenadora de difusão
Acervo: Ana Mae Barbosa
Mari Cruz falou de “Convivência
contra a violência” e Marcela afirmou com segurança:
“Estamos criando
oportunidade para todos de criar, expressar-se e conviver. ” Eu concordo com
ela e quero ressaltar que fazem tudo isto com apenas 11 membros estáveis
trabalhando juntos no La Nana.
Termino com uma frase
de Lucina muito apropriada para a leitura de nossos deputados e senadores:
"Ninguna estrategia de desarrollo económico, urbano, educativo, social, medio ambiental, tecnológico o comunicacional puede seguir ignorando la importancia de la dimensión cultural ni los derechos culturales de la ciudadanía". Lucina Jiménez, directora General de ConArte
Ana Mae Barbosa
Um comentário:
Estou tentando fazer algo desse tipo,é um pequeno ato, mas relevante para com a formação e acesso de todos a Arte.
Porém é um trabalho muito difícil quando não temos o apoio e a união de artistas e de alguns educadores de Artes.
Ainda que existe trabalhos desse nível em outros países e que aqui no Brasil haja mais como esses aqui.
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