31 dezembro 2010

BALANÇO DA DÉCADA

Começo de milênio agitado para nós professores.

AEOL levantou o que se destacou nesta primeira década do século XXI na arte e na arte/educação:


Karlheinz Stockhausen afirmou que a queda das Torres Gêmeas foi a maior obra de arte de todos os tempos.

Praça Roosevelt revigorou o circuito teatral paulistano.

A vinda do Theatre du Soleil ao Brasil foi marcante.

A encenação BR-3 pelo Teatro da Vertigem no rio Tietê consolidou a pesquisa do grupo sobre espaços para o teatro tornando-o referência internacional.

A montagem de "Os Sertões" pelo Teatro Oficina/Zé Celso Martinez Corrêa já nasceu histórica. Cinco peças, antropofagia sem fim.

“Estetização da Violência”, “Cosmética da Fome” e “Cine Favela” predominaram no cinema nacional.

Filmes em 3D foram a resposta das megaprodutoras cinematográficas para a pirataria.

Blu-ray, televisores de plasma/LCD/LED e TV digital trouxeram alta definição para as imagens.

Gravações da Osesp se destacaram na música erudita.

Downloads de músicas forçaram artistas e indústria fonográfica a buscar novos caminhos.

O uso do telefone celular para produzir e veicular vídeos, músicas, fotografias e games emergiu.

Photoshop e manipulação digital de imagens provocaram debates entre governantes.

Computadores portáteis e tablets apresentaram novas possibilidades comunicativas, artísticas e educativas.

E-books questionaram a supremacia dos livros em papel.

Internet 2.0 e redes sociais potencializaram a arte em novas mídias e ampliaram o acesso ao conhecimento.

Flash Mobs se espalharam e se desgastaram com a mesma intensidade.

A onda de artistas anônimos creceu no decorrer da década.

A denominação “Campo Expandido da Arte” ampliou a percepção do fenômeno artístico.

"Cultura Visual" aproximou a cultura de massa do Ensino das Artes.

"Arte, Ecologia e Ambiente" se estabeleceu no debate contemporâneo.

Os limites entre as linguagens artísticas continuaram a ser transpostos e o termo interlinguagens entrou em debate.

Pluralismo teórico e hibridismos se destacaram na criação artística.

Paradas Gays proliferaram pelo Brasil.

Exposições blockbuster assolaram São Paulo.

Uso do circuito artístico por mecenato criminoso veio à tona.

Pontos de Cultura foram implantados pelo Ministério da Cultura.

Virada Cultural arrastou multidões para as ruas de São Paulo.

Antonio Bandeira se tornou o pintor mais caro comercializado no Brasil.

Street art conquistou ainda mais visibilidade.

A Unesco realizou dois Congressos Mundiais (um no Ocidente e outro no Oriente), lançou e implementou o Road Map for Art Education.

Ana Mae Barbosa recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico.

A exposição Ciranda das Formas: Bichos, Jogos, Brinquedos e Brincadeiras com curadoria de Maria Angela Francoio no MAC/USP rompeu limites entre curadoria e programa educativo.

"Curador educativo" é termo que vem sendo adotado no Brasil. Muito usado nos Estados Unidos na década de 90, já foi considerado pedantismo.

O nome da disciplina Educação Artística foi substituído por Artes.

Professores de Artes passaram a se denominar arte-educadores.

MEC aprovou as diretrizes curriculares para graduação em Artes Visuais.

Educação a distância se proliferou.

Transculturalidade e Interculturalidade ampliaram o debate sobre multiculturalismo.

O conhecimento contextualizado combateu a alienação em arte.

O debate sobre mediação se ampliou nos meios universitários, escolares e culturais.

Aumentou o número de pesquisadores em arte-educação no Brasil.

ONGs se destacaram (algumas para o bem, outras não) no ensino não-formal das Artes.

Respeito às necessidades e anseios das comunidades passou a pontuar projetos socioculturais.

Surgimento do Design Thinking como estratégia para a Educação Criadora comprometida com o social.

A obrigatoriedade do ensino das Culturas Africanas e Indígenas nas aulas de Artes e História foi implantada e ampliada para ensino de Expressões Regionais.

Formação continuada de professores se proliferou.

Caminhou a passos lentos a valorização profissional e social do professorado no Brasil.

Museus e instituições culturais fortaleceram programas educativos e cursos para professores.

O Brasil passou a ter mais museus do que salas de cinema.

O termo releitura - banalizado no decorrer de 1990 - foi reavaliado pelo professorado e por pesquisadores em arte/educação, constatações recentemente publicadas no livro "Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas Visuais".

José Minerini com a colaboração de Camila Lia e Auber Bettinelli
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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