Bateria da Mangueira, atores do Teatro Oficina à la Abravanation (herdeiros confessos de propostas de Oiticica com atualização artsy), Jards Macalé tocando incrivelmente com o coro do Oficina dentro de "Rhodislândia", e gente, muita gente.
Lá estão obras no Grupo Frente, neoconcretas, penetráveis, parangolés, bólides e textos do artista. Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecê-la além dos livros, "Tropicália" - pertencente à Tate na Inglaterra - está montada no Itaú Cultural.
Tropicália de Hélio Oiticica
imagem: http://www.tate.org.uk
Penetráveis de Oiticica também estão espalhados por parques e outros espaços de São Paulo. Nas novíssimas instalações do Parque Mário Covas na Avenida Paulista está um grandioso tratado sobre a luz.Sempre que vou a aberturas de exposições defronto-me com uma questão: Por que nós arte/educadores somos tão poucos nestes eventos?
Ontem, os integrantes do sistema das artes estavam presentes e claramente identificados: de artistas e curadores a críticos e historiadores, de galeristas a colecionadores, de produtores a gestores culturais, da imprensa à academia. Quanto a nós da arte e da educação, além dos que trabalham na mostra, poucos foram vistos pelas salas expositivas.
O que acontece? Não somos convidados, não nos interessamos ou não somos interessantes?
Normalmente não recebo convites para aberturas, tenho que ir em busca e muitas vezes minhas solicitações são recusadas. Isso aconteceu novamente na semana passada quando fui recusado em atividade de um videomaker internacional badalado.
Em contrapartida, recebo toneladas de convites quando alguma empresa cultural quer me vender algo ou engrossar estatísticas de visitação e caixa com meus alunos.
Isso já aconteceu com você?
Neste aspecto o Itaú Cultural foi ótimo, pois ninguém precisou de convite para entrar na abertura da exposição de Oiticica.
O universo do artista é vasto e referencial para pensar a arte contemporânea. Caso você se empenhe em realizar um projeto educativo sobre Oiticica, suas aulas poderão contar com bastante material, incluindo o Projeto Hélio Oiticica disponibilizado pelo Itaú Cultural aqui.
No site do Itaú estão textos, imagens e entrevistas.
Entrevista com Hélio Oiticica
"Museu é o Mundo" oferecerá também ciclo de seminários.
Programe-se:
quarta 28
16h - Exibição do filme Guerra e Paz "Apocalipopotese" [Raymundo Amado, 1968, 16mm, 15 min]
Debate: Qual É o Lugar da Invenção de Hélio Oiticica na Crítica de Arte?, com Beatriz Scigliano, Cauê Alves, Katia Maciel e Paula Braga.
19h - Debate: A Prática da Escrita: Um Arquivo em Constante Dobra, com Frederico Coelho, Sérgio Martins e Tânia Rivera.
quinta 29
19h - Debate: O Hélio Plural: Os Diferentes Meios de Produção do Artista, com Andreas Valentim, César Oiticica Filho, Fernando Cocchiarale e Luciano Figueiredo.
Se você perdeu a ação de Macalé em "Rhodislândia", novas acontecerão nos próximos sábados e domingos. Programe-se:
27 e 28 de março (15 às 17h)
Síssi Fonseca e Hugo Fortes
10 e 11 de abril (15 às 17h)
Marco Paulo Rolla
17 e 18 de abril (15 às 17h)
Cris Bierrenbach
24 e 25 de abril (15 às 17h)
Maurício Ianês
1 e 2 de maio (15 às 17h)
Lia Chaia
15 de maio (12h)
José Celso Martinez Corrêa
Anote:
Avenida Paulista, 149
São Paulo SP
11 2168 1777
Além de visitas mediadas, seminários e ações, o Itaú oferecerá oficina de vídeo para crianças e encontros temáticos. Veja a programação completa e os locais da exposição aqui.
Assista ao vídeo H.O. (não recomendado para menores) sobre a obra de Oiticica:
Parte 01: http://www.youtube.com/watch?v=iyEH58BhxAA
Parte 02: http://www.youtube.com/watch#!v=RfmDE5e0GR4&feature=related
Conheça um pouco do Abravanation aqui.
Em tempo: Muito feliz foi o encontro na abertura de ontem com Sofia Fan, produtora chefe do Itaú e uma das fundadoras do AEP em 2001.
É NESTES EVENTOS QUE O MUNDO DA ARTE SE ENCONTRA E A ARTE/EDUCAÇÃO FAZ PARTE DELE.
José Minerini
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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2 comentários:
Como é de ofício dos Educadores trabalhar aos finais de semana,acredito que este seja um dos agravantes comentado por vc.Além de muitas vezes os Educadores não são interessantes para serem convidados.Isso é perceptivel quando se trabalha em um Museu de Arte, muitas vezes o Educador não é informado sobre algumas peculiaridades do artista e nem mesmo se estabelece uma conversa com ambos. Acredito que a Educação não-formal ainda não esta inserida totalmente nos padrões de reconhecimento.
Oi Raquel!
Concordo cotigo, nossa presença nos eventos do circuito da arte em grande maioria se dá quando nele trabalhamos. Sendo otimista, penso que esse seja mais um reconhecimento que todos nós estamos ajudando a construir.
Abração,
José Minerini
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