Leia abaixo o manifesto que recebemos da Rede Nossa São Paulo, analise e tire suas conclusões.
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ELIMINAR A
VIOLÊNCIA NA RAIZ DE SUAS CAUSAS!
A escalada da
violência no município de São Paulo não é uma surpresa para quem acompanha a
cidade e se debruça sobre seus indicadores.
Dos 96
distritos, cada um com uma população média de mais de 110 mil habitantes (maior
que 95% das cidades brasileiras), 44 não têm nenhuma biblioteca pública, 56 não têm nenhum equipamento esportivo
público, 38 não têm nenhum parque, 26 não têm nenhum hospital, 20 não têm
nenhuma delegacia e 60 não têm nenhum centro cultural.
Em todo o município, 1,3 milhões de pessoas
vivem em favelas, enquanto 250 mil
jovens entre 15 e 19 anos estão fora da escola, 181 mil jovens de 15 a
24 anos estão desempregados e 98 mil crianças necessitam de vaga em creche
pública. Para se deslocar na cidade, o paulistano passa em média 2 horas e 23
minutos por dia no trânsito (o equivalente a um mês por ano) e o transporte
público, nos horários de pico, oferece condições sub-humanas. Para serem atendidas
por um médico no posto de saúde público, as pessoas esperam em média 52 dias;
para fazerem exames em laboratório, mais 65 dias; e, para procedimentos mais
complexos, mais 146 dias.
Quantos não
morrem pelo caminho?
Este é um
cenário perfeito para que prospere a criminalidade e a violência: extremas
carências, enorme desigualdade gerando frustração e revolta pela injustiça,
ausência do poder público e falta de oportunidades de trabalho, educação,
cultura e lazer para jovens de baixa renda, além de serviços públicos de educação,
saúde e transporte de baixa qualidade (as pessoas de maior poder aquisitivo e
até os responsáveis pelas políticas públicas pagam para usar serviços privados).
Para combater
a violência, é claro que precisamos de uma polícia competente, amiga da comunidade,
bem capacitada para exercer mais a prevenção do que a repressão, de policiais
bem remunerados e honestos, de um sistema prisional que recupere as pessoas
para o convívio social, de uma justiça ágil e honesta. No entanto, enquanto não
mudarmos o quadro social e econômico dos paulistanos e pensarmos apenas em
aumentar a repressão, enquanto não atacarmos as raízes dos problemas, estaremos
apenas realimentando a espiral da violência.
É como querer
curar um câncer com analgésicos.
Assim,
conclamamos os governos federal, estadual e municipal a colocar o interesse
público acima dos interesses partidários e corporativos, a estabelecer metas e
a se empenhar para:
• Diminuir
substancialmente a desigualdade social e econômica na cidade de São Paulo;
• Dotar cada
distrito da cidade de todos os equipamentos e serviços públicos necessários
para oferecer uma qualidade de vida digna para seus habitantes;
• Melhorar substancialmente
a qualidade dos serviços públicos. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias
do mundo e, portanto, tem todas as condições de oferecer serviços públicos de
qualidade;
• Transformar
as favelas em bairros, oferecendo bons serviços e equipamentos públicos e
condições dignas de moradia aos seus habitantes;
• Oferecer
vagas em creches para todas as crianças que delas necessitarem;
• Promover
com absoluta prioridade políticas de educação, cultura, lazer, esporte e
trabalho para jovens de baixa renda.
• Estimular as
empresas a cumprir a Lei do Aprendiz, que as obriga a contratar jovens de baixa
renda como aprendizes e que está muito longe de ser cumprida na sua
integralidade;
• Estabelecer
uma legislação para a contratação de aprendizes no serviço público;
• Instituir
nova política de segurança, focada na realidade de cada território (bairro,
distrito etc.), integrada com políticas públicas que promovam a participação
comunitária, a geração de oportunidades e a oferta de serviços e equipamentos
públicos que assegurem condições dignas de vida aos seus moradores;
• Investir
fortemente para que tenhamos uma polícia capacitada, bem remunerada, honesta e
respeitadora de todos os cidadãos, independentemente de condição social e raça,
que desenvolva principalmente ações preventivas contra a violência;
• Construir
uma nova política em relação às drogas, com prioridade para ações de redução de
danos, com muita informação e debate na sociedade;
• Incentivar
a aplicação de penas alternativas à prisão e a descriminalização de condutas,
de modo a romper com a lógica do encarceramento em massa e combater a
superlotação prisional;
• Aprimorar a apuração da responsabilidade de agentes públicos
acusados de praticar atos de violência e de violar direitos humanos. Investir
no acesso à justiça, estimulando o fortalecimento e a autonomia da Defensoria
Pública;
• Estimular a
criação de espaços comunitários destinados ao fortalecimento de vínculos de
solidariedade entre os membros da comunidade, bem como para a mediação e
solução de conflitos interpessoais, com a participação dos serviços públicos essenciais.
Elencamos
aqui medidas de curto, médio e longo prazo
a serem priorizadas tanto pela gestão municipal quanto pelos governos estadual
e federal, os quais devem disponibilizar recursos, tomar medidas
e realizar as mudanças e reformas necessárias para possibilitar a construção de
um caminho que supere o atual quadro inaceitável de desigualdades e violência,
comparável a países em situação de guerra.
Nesse
sentido, ressaltamos que os três níveis de governo devem cooperar e tomar
medidas urgentes para combater a atual situação de exacerbação da violência e o
número diário e alarmante de assassinatos, focando esforços em combater as
redes de criminalidade que envolvem não somente os setores marginais da
sociedade, mas também a polícia e a política.
Desmontar
redes de corrupção e criminalidade, identificar as lideranças dessas redes e
combater a corrupção e os grupos de extermínio dentro das forças policiais são
medidas de curto prazo que devem ser tomadas, levando-se em conta a situação de
guerra civil que vivemos em São Paulo, a qual atinge principalmente a população
mais pobre e vulnerável das periferias da cidade.
Conclamamos
igualmente aos cidadãos e cidadãs, as entidades da sociedade civil, as empresas
a empunhar estas bandeiras e se empenhar em colaborar dentro de suas
possibilidades e de sua esfera de poder e de influência, ajudando São Paulo a
tornar-se uma cidade de paz, justa e sustentável, uma cidade que ofereça
qualidade de vida para todos os seus habitantes.
Rede Nossa
São Paulo
Centro Santo
Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo
Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Instituto São
Paulo Contra a Violência
Pastoral Fé e
Política da Arquidiocese de São Paulo
O que você achou? Que apoiar este manifesto? Em caso afirmativo, clique aqui.
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Criolo problematiza:
Para cantar (ou lamentar) junto:
Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você
Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu
Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus
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Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você
Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu
Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus
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Faz pensar, né!
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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