Repleta de instalações, vídeos, conscientização ecológica e estandes de empresas envolvidas com o consumo responsável da água, a mostra se destaca pela arte e pela interatividade.
"Infiltração" - instalação do gestor, produtor, curador, expógrafo, videomaker e artista das novas mídias Marcelo Dantas - é de arrepiar e ecoa por toda a exposição, assim como o nome de Marcelo.
Dantas vem trazendo importantes artistas internacionais para o Brasil, é o responsável pela expografia interativa dos museus da Língua Portuguesa e do Futebol em São Paulo, integrou a equipe do impactante Cine Caverna na Mostra dos 500 anos em 2000, fez exposições sobre a pré-história brasileira e com fotografias da coleção Dom Pedro II, porém, a presença ostensiva de seu nome na Oca beira a banalização.
O vídeo que narra a trajetória de uma moeda que caiu no mar é envolvente e se assiste deitado em colchões d'água na grande cúpula do belo edifício projetado por Niemeyer no Ibirapuera.
Promovida pelo Instituto Sangari em parceria com a produtora de Dantas e com o Museu de História Natural de Nova Iorque (saiba mais aqui), a exposição disponibiliza conteúdos científicos online para crianças e adolescentes, o que é ótimo para nossas aulas, estudos e planejamentos. Acesse aqui.
A instalação com luz fria de Leandro Lima e Gisela Motta é linda, mas o grande destaque vai para William Pye.
O artista britânico consegue esculpir a água graças a minuciosos estudos sobre suas propriedades e reações físico/químicas. Em tempos de tragédias ambientais reincidentes Pye cria lacunas de beleza.
Escultura de Willian Pye
Resta-nos saber qual é a compensação ambiental que "Água na OCA" efetiva. Há paredes com copinhos e garrafas de plástico (algumas amarradas com fios de nylon porque perderam o prumo), uma quantidade considerável de água usada como elemento visual e tantos outros materias que poderão ser nocivos ao meio ambiente.
Em 2009 Marcelo Dantas apresentou neste mesmo espaço uma torre de gelo que se desfez a olhos públicos, cujo destino - segundo um educador que trabalhou na ocasião - foi o menos desejável: o ralo e o esgoto.
Escultura de Marcelo Dantas apresentada na OCA em 2009
AEOL questiona: Qual porcentagem dos caros R$ 20,00 cobrados para visitar "Água na OCA" será convertida ao meio ambiente? Participar de qualquer ação, exposição ou evento representa correr riscos ambientais que precisam ser compensados.
AEOL provoca: Que nossos discursos em sala de aula sobre aquecimento global e suas reações (inclusive aquáticas) são conscientizadores todo mundo sabe. Mas o que efetivamente estamos fazendo para o equilíbrio ecológico do planeta?
Nossos ateliês e escolas são sustentáveis? Fazemos uso consciente da água? Percebemos alguma sustentabilidade entre nossos alunos, comunidades e familiares?
Site da exposição: http://www.aguanaoca.com.br/
Site de William Pye: http://www.williampye.com/
Vídeo com escultura de Pye: http://www.youtube.com/watch?v=MquEyGEi9Tw
Mais: http://vimeo.com/search/videos/search:WILLIAM%20PYE/2950755d
José Minerini
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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2 comentários:
Melhores que nossos discursos, devem ser nossas ações, com certeza. Acredito muito na nova geração, que já cresce reciclando lixo, economizando água... Bom, pelo menos, espero...
Oi Val!
Tomara que estejamos formando a próxima geração com esta consciência ecológica. Também sou otimista.
José Minerini
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