Embora tenha estudado música no passado, não sou educador musical. Entendo que formação específica nessa área - quer seja em conservatório, bacharelado, mestrado profissional ou afins - é insuficiente para permitir-me a prática do ensino da música.
Por quê? Não tenho licenciatura na área. Considero-me cada vez mais um terno ouvinte que inclui músicas nos contextos culturais abordados em minhas aulas sem ter a pretensão de promover educação musical.
O primeiro mercado de trabalho que se abre para quem estuda Arte (não importando a linguagem) é a educação. Isso ocorre porque há péssimo prestígio social para educadores, paga-se mal o professorado sobretudo no ensino formal, sobrando vagas nas escolas. Recentemente, profissionais da educação não formal em museus, instituições culturais e ONGs ganham mais do que professores em sala de aula e vem atraindo artistas recém formados para a arte/educação.
Assim, há baixíssimo interesse em cursos de licenciatura e faltam profissionais devidamente formados para trabalhar com educação. Embora o PROUNI venha possibilitando meios e formando muita gente interessante, todos sabemos o quanto ainda é difícil ter acesso ao Ensino Superior no Brasil.
Em amplo sentido, calouros optam por cursos de bacharelado, o que é insuficiente para assumir aulas. Lembro que o desprestigiado título de licenciado é fundamental para trabalhar com educação. Fica a dica para quem está interessado em cursar arte no Ensino Superior.
Quanto ao ensino da música, desde que a lei que torna obrigatório aulas de música no Ensino Fundamental entrou em vigor em agosto de 2011 ouvi de alguns músicos a seguinte afirmação: Cantar ou tocar na noite dá muito mais dinheiro. Mais uma vez o problema se repete e as salas de aulas continuam carentes de educadores musicais.
Citando a mim mesmo no texto inaugural dessa série AEOL e parafraseando William Faulkner: A vida é cheia de sons e fúrias. Dorme-se com um barulho desses? Se você não trabalha com educação certamente dormirá muito bem.
MÚSICA BRASIL SÉCULO XXI preocupou-se em fazer um levantamento sobre a música popular que vem sendo feita neste início de século no Brasil cujo objetivo maior foi compartilhar com os leitores AEOL aspectos de uma das mais pulsantes cenas artísticas no Brasil: a música. Como toda seleção subentende exclusão, certamente não demos conta de tudo que vem acontecendo de interessante nos 65 posts da série, porém, esperamos ter contribuído com percepções sobre a música atual brasileira.
Até a próxima série!
José Minerini
editor
http://www.arteducacaoproducoes.com.br/
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